O Facebook Messenger, uma aplicação do Facebook para troca de mensagens, alargou a todos os países a possibilidade de fazer chamadas gratuitas via Internet, concorrendo assim com serviço como o Skype e com os serviços de voz dos próprios operadores de comunicações.
Os telefonemas no Facebook Messenger – uma funcionalidade que até aqui estava restrita a um número reduzido de países – podem ser feitos a partir das aplicações para iPhone e para Android, as duas plataformas que dominam o mercado, ficando de fora os utilizadores de Windows Phone, um sistema que tem um pouco menos de 4% do mercado e onde é apenas possível a troca de mensagens escritas.
Para além de uma ligação à Internet, para fazer uma chamada é preciso que ambos os interlocutores tenham uma conta no Facebook e a aplicação instalada. As mensagens, porém, podem ser enviadas para contactos do telemóvel, mesmo que essas pessoas não sejam amigos no Facebook.
No caso do Android, a integração da nova versão do Facebook Messenger com o telefone é maior do que na plataforma da Apple, que é menos flexível, e os utilizadores podem criar atalhos no ecrã principal do telemóvel para contactos específicos.
A inclusão de uma funcionalidade de chamadas surge na mesma semana em que o Parlamento Europeu aprovou um pacote legislativo (que ainda terá de ser aprovado pelo Conselho Europeu e que poderá sofrer alterações), segundo o qual os operadores de telecomunicações não podem degradar a qualidade deste género de aplicações para favorecer os próprios serviços. Aplicações como as do Facebook e do Skype são, na gíria do sector, chamados serviços over the top, por funcionarem sobre a infraestrutura das empresas de telecomunicações. Embora concorram com serviços como os SMS e as chamadas convencionais, a popularidade destas aplicações também é usada pelos operadores para incentivar a assinatura de planos de Internet móvel.
O Facebook tem dado vários passos para se tornar uma plataforma de comunicações, embora nem todos tenham sido bem sucedidos. Em 2010, lançou uma ferramenta de email, que acabou por não ter adesão. Já a aplicação Facebook Messenger é distinta da aplicação normal do Facebook e focada na troca de mensagens.
Em finais de Fevereiro, o Facebook anunciou a compra de uma aplicação popular de mensagens chamada WhatsApp, por 19 mil milhões de dólares (cerca de 13.900 milhões de euros), um valor elevado mesmo para os padrões das aquisições feitas pelas grandes tecnológicas americanas. O WhatsApp tinha então 450 milhões de utilizadores. Poucos dias depois do negócio, o WhatsApp anunciou que os utilizadores de iPhone iriam passar a poder fazer chamadas de voz. A funcionalidade deverá ser disponibilizada neste trimestre.
Fonte:
www.publico.pt